quinta-feira, 26 de abril de 2012

Le Parkour!

Radical e ariscado, nascido na França, o parkour nada mais é do que a arte de se deslocar de um ponto a outro o mais rápido possível, usando para isso, apenas o corpo. "Ele é um método de treinamento físico com obstáculos. É uma forma de desenvolver aptidões naturais, como correr, saltar e pular usando para isso, o ambiente que nos cerca. É sair do comodismo e redescobrir outras formas de se locomover", diz Jean Wainer, representante paulista da Associação Brasileira de Parkour (ABPK). A ideia é aparentemente simples: mover-se usando os movimentos que forem necessários a fim de vencer um obstáculo - qualquer que ele seja: de escadas a muros, de paredes de prédios a valas.

Prática, modalidade ou esporte? Nem os traceurs - como são chamados os praticantes - sabem como dizer em que categoria ele se encontra e costumam responder categoricamente: "parkour é parkour!". Mistura de equilíbrio, escaladas, saltos e espetáculo, o parkour não é exatamente fácil. Ao contrário, requer horas e horas de treinamento, o que significa que, no começo, não será possível fugir das quedas. Cada manobra é quase uma superação sobre o obstáculo. "Como a ideia é deslocar-se de um ponto a outro de forma mais rápida e fluente possível usando apenas o corpo e sempre preservando a integridade física, nenhum obstáculo pode impossibilitar o praticante de seguir adiante em seu percurso", explica Lucas Ribeiro de Lima, praticante há 6 anos e cofundador do curitibano Grupo de Aulas de Parkour (GAP). Sendo assim, um bom traceur se move com fluidez e deve ser capaz de avançar sem que nada o detenha. O lema desses homens-aranhas é: ser e durar. E isso resume a filosofia do parkour: superar-se a cada dia e não se colocar em perigo.

Não exite competição no parkour. As habilidades e a evolução são demonstradas "na real", isto é, na rua. Elege-se um itinerário e cada um o completa do seu jeito. Não há regras. Só o espirito de autossuperação. "O parkour defende uma filosofia não competitiva, onde apenas os próprios limites devem ser levados em conta e não o limite do outro", diz Wainer.

Começe a Praticar!
Para fazer os primeiros movimentos, é preciso, antes de mais nada, paciência, determinação e disciplina. "A evolução é gradual e a prudência essencial, afinal, é muito fácil confundir os princípios do parkour com a busca de adrenalina e de perigo, em vez de evoluir com segurança", lembra Wainer.

Você não precisa de nenhum equipamento especial para praticá-lo, pois a ideia da modalidade é justamente  trabalhar as possibilidades do corpo e saber lidar com ele sem o uso de acessórios. "É comum pensarem que é preciso usar um tênis com bastante amortecimento. Além de não ser verdade, pode ser prejudicial, porque 'molas' diminuem a sensibilidade dos pés e atrapalham o equilíbrio", alerta. Meias também não são aconselhadas, assim, como gorros ou complementos que podem atrapalhar ou se perderem durante a prática. "Luvas e outros tipos de proteções podem até parecer úteis no começo, mas acabam limitando os movimentos e dando um ilusão de segurança", conta Lima.

O importante é procurar diferentes lugares para treinar. "No plano de Brasília, por exemplo, as pessoas desenvolvem mais força por falta de obstáculos altos e técnicos. Nos morros e muros de São Paulo, os praticantes tendenm a treinar a altura dos passos. Nas cidades litorâneas, os traceurs acabam por misturar parkour com acrobacias por conta da areia da praia", analisa Wainer.

Se você quiser participar de encontros da modalidade, alguns eventos reúnem grande parte dos praticantes. "Os mais tradicionais são o Encontro Brasileiro de Parkour, que ocorre todo ano em um local diferente e já está na 7ª edição, e a Virada Esportiva, em São Paulo. Mas cada região tem seu encontro regional", completa Wainer.

Onde tudo começou?
Foi o francês David Belle, um dos precursores da prática que deu o nome parkour para a modalidade. Ele começou a movimentar-se dessa maneira influenciado pelo pai, Raymond, que foi treinado com um "método natural" de educação física no Vietnã, onde lutou na guerra. Vendo o pai, David aplicou a técnica na cidade onde morava e, depois de quase 20 anos de treino, ficou conhecido por suas façanhas. Foi por causa dele, também, que o parkour veio para o Brasil. Em meados de 2004, os vídeos de David começaram a "pipocar" na internet. Alguns brasileiros que viram as imagens passaram, então, a imitá-lo.
Lembrando que mulheres também podem praticar parkour. E elas tem tudo para arrasar nas manobras tanto quanto os homens! ;)


Fonte: revista Sport Life, parceira da Axxium.

Quer saber as manobras e ler mais sobre Parkour? acesse www.sporlife.com.br ou vá a banca mais próxima de você (:

Nenhum comentário:

Postar um comentário